quinta-feira, 31 de julho de 2008

Gralha Azul

A Gralha Azul (Cyanocorax caeruleus) é um ícone do Paraná, semeadora do pinheiro paranaense (Araucária angustifolia), foi declarada ave símbolo do Paraná pela Lei Estadual n. 7.957 21 de novembro de 1984:
Art. 1º. - É declarada ave-símbolo do Paraná o passeriforme denominado Gralha-Azul, Cyanocorax caeruleus, cuja festa será comemorada anualmente durante a semana do meio ambiente, quando a Secretaria da Educação promoverá campanha elucidativa sobre a relevância daquela espécie avícola no desenvolvimento florestal do Estado, bem como no seu equilíbrio ecológico. Desde modo, a gralha azul como a árvore araucária, passaram a morar não só na natureza, mas também no coração de todos os paranaenses.
A secretaria de Educação do Estado do Paraná publicou uma cartilha com 21 páginas em 1988, distribuída a todas as escolas da rede municipal e estadual, na qual são divulgadas em nível popular, um volume razoável de informações científicas sobre a gralha azul. Trata-se da primeira iniciativa neste sentido em que são fornecidas informações sobre o habitat natural, os deslocamentos na floresta, a alimentação, o sistema de comunicação, a reprodução e a relação com a araucária. A Secretaria do Interior, Agricultura, Planejamento, Saúde e Bem-Estar Social lutam em um esforço conjunto pela defesa do meio ambiente propiciando assim, o direito à vida e proliferação desta ave, principalmente no que se refere à araucária Araucaria augustifolia.
A Gralha Azul é encontrada nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, e também no Paraguai.
Medindo aproximadamente 40 cm, do bico à cauda, de vôo lento e majestoso, a gralha azul, é uma das grandes aves brasileiras. Ela vive em bandos geralmente de 4 a 9 indivíduos, evita cruzar longos espaços abertos como o campo, por exemplo. As gralhas possuem um comportamento de auxílio mútuo no qual umas limpam a plumagem das outras.
Conta uma lenda que "a gralha-azul é pássaro previdente. Em tempos de abundância de pinhões enterra alguns deles para, na época de escassez de alimento, ter o que comer. Acontece que costuma esquecer os lugares que usou para armazená-los e, assim, nascem novos pinheiros. Por esse motivo não devemos matá-la ou aprisioná-la, pois, ela é importante na recomposição das florestas destruídas". Nos campos de vegetação rasteira formam-se galpões de pinheiros graças à Gralha Azul, que gosta de enterrar os pinhões em lugares úmidos. Ela é capaz de "plantar" 3.000 pinheiros por hectare.
A Gralha Azul, antes mesmo de se tornar ícone paranaense, já era consagrada e perpetuada pelo povo, como plantadora de pinhões. Em conseqüência destas crenças no imaginário popular, inevitáveis abstrações se fizeram presentes.A primeira publicação de Lenda da Gralha Azul deve-se a Eurico Branco Ribeiro, que bem a representou em seu livro "A Sombra dos Pinheirais", no ano de 1925. Também foi elemento divinamente explorado pelas artistas plásticas: Clotilde Cravo (pinturas no acervo do Museu Paranaense, em Curitiba) e Poty Lazzarotto (painel exposto na Travessa Nestor de Castro em Curitiba), dentre vários outros. Posteriormente o folclorista Luiz da Câmara Cascudo a eternizou em sua majestosa lenda.

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